quinta-feira, 20 de agosto de 2009

pescadora de bailarinas




Hoje estava lendo blogs de dança e me deparei com um texto que chamou minha atenção.


A autora, que é amante de dança há muitos anos e pelo visto tem uma articulação muito grande (e bem interessante) entre os blogs de dança, manifestou seu cansaço sobre assuntos relacionados ao ser ou não profissional de dança, se fusão é bem vinda ou não, se tal bailarina é mesmo a melhor, sobre o mercado de egos e etc....assim portanto iria parar de escrever até que sua vontade de manifestar opiniões sobre o tema retornasse.
Me entristeci um pouco, mas pela primeira vez eu compreendi a atitude e não questionei internamente os motivos que a levaram a tal..........mesmo não tendo nada haver com isso!!! Ver alguém que gosta da dança jogar a toalha me deixa muito pensativa, sempre! (não que seja esse o caso da colega em questão, pois estou escrevendo baseado em um tema e não na história inteira...).

O fato é que acabei me identificando com o que interpretei, que em 4 meses minha história profissional deu um mortal e ainda não estabeleceu seu eixo novamente.

Durante 6 anos fiquei abarrotada de tarefas, alunas, coreografias, contas, pessoas, soluções, conspirações, amores e responsabilidades dentro da Aluaha (meu ex studio de dança do ventre), e portanto inspirava e expirava dança no cotidiano, com suas alegrias e tristezas, suas conquistas e frustrações, mas sempre com a certeza de que aquilo sim é que era rotina!!!

Hoje busco energia e inspiração para me apaixonar por uma nova realidade. Me permiti estar longe de tudo e de todos para encontrar novamente minha essência e minha motivação, o que acredito ser o núcleo interno necessário para em breve abraçar novos projetos e desafios.

Nada me mete mais medo do que olhar no espelho e não me ver trajada de corpo e alma de Aisha Jalilah. Pior que isso é olhar para dentro e me sentir tão distante de tudo o que me fez estar próximo deste universo.

Juntando minha história com a da colega, eu retomei o juízo e voltei a exercer meu apelido de pescadora de bailarinas, pois sempre acho milhões de argumentos para justificar nosso amor, compromisso e necessidade de não se afastar da dança. Através de um poder de persuasão incrível, resgatei muita aluna e bailarina do fundo do mar......tudo porque realmente acredito que a dança é uma paixão necessária na vida de quem a pratica.

Essa nova fase me trouxe a realidade de estar fisicamente longe de pessoas que com certeza seriam suportes em horas difíceis, mas também me mostrou novas maneiras de ter apoio e motivação.

A mais importante delas, é que mesmo sem espelhos e fotos, quando fecho meus olhos, visualizo com clareza minhas futuras e "velhas" alunas, minha plateia, meu palco e minha bailarina exalando arte e emoção...................

6 comentários:

  1. Aishinha
    É lindo ler isso, tenha certeza que em breve vc estará "nos eixos".
    Bjs
    Li
    PS: nem me venha com essa história de velha, não sou, não sou, não sou!

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  2. ..rs...vou procurar um novo termo para as "antigas" alunas....
    saudades...

    bjs

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  3. acho que quando você consegue olhar pra trás [ou pra dentro] e ver isso que vc viu- as pessoas, os momentos, os caminhos, o quanto cada coisa deixa uma marca- é porque deu certo a sua maneira. Não foi em vão.
    Foi bonito.
    Poucas pessoas são capazes disso. Poucas marcam a vida dos outros de forma tão positiva e/ou são marcadas tbm.
    Já disse que te acho linda dançando?
    Então, a maraca aqui vc deixou tbm. Mesmo longe.
    Bjooos!

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  4. Ket,

    adoro seus comentários, eles seguem a linha dos textos ....são cheio de emoção.rs..obrigada.
    Espero em breve te mostrar mais material em video de novos trabalhos, estou trabalhando....
    beijos

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  5. Lindo post.
    Carregado de emoção....Que só quem é amante da arte, da dança como expressão dos sentimentos pode fazê-lo.
    Me emocionei...
    Parabéns!!!

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  6. Olá Rosemeire,

    Seja muito bem vinda ao blog!!
    Espero que possamos dividir mais palavras sobre nosso universo inspirador...

    beijinhos,

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