domingo, 19 de julho de 2009

A Bailariana e sua caixinha de música


".....Eu acredito que 99% das bailarinas sofrem com essa parte da coreografia: A Escolha da Música! rs Salvas as excessões que têm uma música em mente e vão montar a dança em cima da música que já foi escolhida, essa missão é muito difícil!...." Barbara Moro - Arabian Cabaret


O texto da Barbara me inspirou para escrever sobre um assunto que faz brotar minha motivação.


Ouvi no workshop da Nagwa Fouad, em 2001, que a bailarina de dança de ventre é a materialização visual da música, e portanto temos a obrigação de ser fiéis a ela, não só em seus dum e taks, mas sim no contexto geral que envolvem desde o processo de seleção de determinada música, sua execução e a reação do seu público.

Então vamos lá.
A caixinha de música da bailarina é o seu repertório pessoal para as diversas atuações. Ela pode ser sua coleção de cds, coletâneas feitas por você, seu mp3, mp4 aou ipod. O importante é saber exatamente o que tem lá e exercitar a percepção de que cada música envolve um contexto, tanto por suas diversidades de stilos, quanto pelo público que vai estar presente na hora do seu show.


Bom, eu quero falar que acredito piamente que a bailarina é motivada pela música que toca seu coração, mas nem sempre é ela quem vai mexer com o público, em virtude do contexto.

De que adianta dançar inta omri em um aniversário de brasileiros, ou em uma festa de quinze anos, onde tem milhares de coisas que tiram a viabilidade de se fazer uma dança instrospectiva??! E daí é hora de ter na sua caixinha outras músicas que façam você interagir com o público, por exemplo.

E por favor, meu gosto musical é bem apurado, mas já fiz muito sucesso com Shakira, Fata Morgana e Chic Chac Choc, enquanto colegas escolheram repertórios difíceis de serem absorvidos pelo público em questão, que eram brasileiros e nada entendiam de música árabe, e naquele momento sua única referência eram esses sons que os levavam para o mundo das "mil e uma noites".

Uma fez houve um evento em que a aniversariante queria música ao vivo, como ela era uma mulher de muito bom gosto, indiquei o Maurício Mozaiek (DAFF), e Jihad Smile (ALAÚDE), as bailarinas foram Eu e a Luana Mello. Os convidados eram todos brasileiros, e o som era puramente árabe, sem teclado, violinos ou até derbak, um tipo de som nada comum aos ouvidos locais. Dançamos duas classiconas com dois instrumentos, e foi LINDO! Tudo por que o contexto era intimista, o ambiente era bem decorado, os convidados entenderam os caminhos de percepção que lhes foi dado e os olhares concentrados em nossa atuação nos deram a certeza de que eles tiveram um ótimo espetáculo.

Por tanto acho que a caixinha de músicas da bailarina tem que fazer conexão com a artista em questão, o público e contexto do show, o resultado disso é que vai dizer se o sucesso foi só da bailarina se realizou com a música amada, só do músico que não tinha repertório suficiente, ou só do público que não parou para prestar atenção, porque a música e a bailarina são partes do conjunto da obra.


Vou escrever mais depois sobre os tipos de shows e as músicas que podem inspirar mais caixinhas de músicas.



6 comentários:

  1. Olá, Aisha!

    É comum, mesmo, as pessoas confundirem o significado do termpo "terapia", referindo-se a algo que faz bem. O "faz bem" é apenas um dos componentes da teia de significados que formam a denominação "terapia". Para ilustrar, as terapeutas ocupacionais surtam quando vêem ou ouvem alguém, que faz qualquer coisa por hobby ou distração, dizendo que faz "terapia ocupacional", eheheh. Porque faz bem.

    Tive a oportunidade de entrar em contato com trabalhos cujas terapeutas fazem uso da dança. E, sim, é bem diferente. A prioridade não são técnicas de dança, mas todo contato que a pessoa tem a si mesma por meio desta dança, seja ela qual for.

    São importantes estas discussões, além de esclarecedoras.

    Em relação a este post, eu já escolhi a música que irei dançar para meu esposo, eheheh. Só falta melhorar a técnica e tomar coragem! rsrs

    Beijos! Obrigada pela visita :-)

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  2. Ah, agora que vi seu comentário a respeito do programa do Jô! eheh

    Vi a entrevista, não faz muito tempo, pelo YouTube, infelizmente não encontrei a segunda parte, em que suas alunas dançavam. Gostei muito da entrevista em si e achei ainda mais bacana quando uma aluna, através de uma comunidade no orkut (foi lá que soube da entrevista), esclareceu que o curso (foi mais uma vivência, né?) foi uma demanda vinda das próprias alunas.

    Depois, vou procurar com mais calma o post.

    Beijos!

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  3. Olá Aisha! Tudo bem?

    Primeiro quero agradecer a visita ao meu blog e dizer que estou honrada com a citação do meu último post! rsrs

    Segundo, quero dizer que concordo 100% com tudo que vc escreveu. Nosso papel é interagir JUNTO com a música, e tranformar dança e som em um só corpo e expressão.
    Enfim, por mais que nós queiramos explorar nossa apuração musical e bom gosto (modéstia parte rs), devemos nos situar de onde vamos dançar e com que público vamos lidar...

    Venho mais vezes!
    beijos grandes.

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  4. Concordo contigo gata bacana! Acho que escolher o repertório para o quando, como, onde e pra quem se dança, não é só papo, é fundamental!
    Brasileiro é inquieto, volátil que só, e se bobear se distrai até com mosca passeando ao redor da cabeça. Se a bailarina não tiver tato na escolha, toda a produção se perde num segundo.
    :)

    beijoo grande!

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  5. cabeçãããão!!! vc demorou pra responder minha msg e a gente se enfiou numa baladinha lá no centro!!! Achei que vcs tinham desistido!

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  6. Concordo plenamente que as músicas têm um contexto incrivelmente importante. Assim como o tipo de dança que você vai executar: mais elaborada, interativa, mais simples...

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