coração bailarino - Lulu

Tudo bem que toda história tem, no mínimo, dois lados, mas vamos pensar que independente disso existe um bem comum que não necessita de "torcedores" fanáticos do rosa ou do azul, mas sim de torcedores do time das cores.

Eu estou sensibilizada com a despedida da Lulu da Khan, e não estou levando em conta que ela é vitima ou que o Jorge é do mal.

Estou cansada de ver bailarinas se despedaçarem em lágrima por não saber a hora e nem como dizer adeus a um ciclo antes que a tudo chegue ao extremo da tristeza. Eu vim da Luxor, em tempos que as professoras eram substituidas a qualquer momento, depois, mesmo a distância, vi o Leonel se separar da Hayat e uma nova novela começar....

Já na Aluaha, enquanto estava do outro lado da mesa, como administradora, vi muitas colegas irem e virem, fui sensata com umas e insensata com outras, e recentemente vi o meu desligamento da escola se tornar uma outra novela pessoal.

E aí é que está o problema. Sem defender um lado ou outro (pois já fui protagosnista dos dois), a falta de maturidade de ambos dá o tom pessoal e causa esse borburinho dolorido e publicamente declarado.

Porque isso não acontece nas corporações?? Porque as ações são planejadas, e principalmente executadas com respeito a empresa e ao funcionário. Tudo é parte de um contrato, com compromissos de ambos os lados, e data de início, cláusulas para o meio e assinatura para o final.

Quando escrevo isso não isento as perdas que sentimos mesmo quando estamos protegidas pelos acordos jurídicos, porém esses são capítulos de nossa novela e não a NOVELA.

Seria muito bom se o amor acabasse sempre ao mesmo tempo para os dois, mas dificilmente isso acontece e sempre tem alguém que se sente vítima e sai demasiadamente machucado.

São raras as bailarinas que não se envolvem pessoalmente com suas alunas e entorno profissional, pois no final das contas nosso trabalho é uma extensão do nosso coração. Deus sabe o quanto tento fazer diferente, mas toda vez que vejo uma aluna eu volto a ser um ser humano, e não faço a lição de casa sobre as relações de trabalho e bla bla bla.

Fiquei muito emotiva com o video de despedida da Lulu, pois sempre vinculei a imagem dela a Khan, mas o difícil é pensar que foi necessário ter uma atitude tão doída para sair do seu ambiente natural. 26 anos de história para uma bailarina, significa mais do que amor, mais do que dedicação e mais do que histórias, signifiva sua vida gravada em paredes, mesmo que suas fotos e nome não estejam mais lá.

Hoje deixo meu carinho para ela, não em defesa de uma bailarina querida, mas por acreditar que sua história lá dentro influenciou meus caminhos e motivou minhas conquistas, assim como as milhares bailarinas que se apaixonaram por uma era .....

Desejo novas conquistas e novos desafios para que sua busca pela dança "perfeita" não seja afetada e desmotivada por outras atitudes que não as que guiem seu coração bailarino.

Ahhh, o video que mencionei está em vários blogs que sigo, então se alguém ainda não viu é só ver a lista...