terça-feira, 30 de março de 2010

quanto custa a hora?


A bailarina de dança, professora ou não, é uma prestadora de serviços e portanto ganha por hora trabalhada, certo?


NÃO!


Tenho um cunhado americano, e embora sempre tenha trabalhado com comércio de produtos, ele só faz cálculos do seu salário mensal em horas, exaltando sempre que tem que otimizar seu rendimento financeiro em virtude das horas trabalhadas.


Isso me deixou curiosa pois enquanto ele sabe exatamante quanto vale seu suor, a maioria das bailarinas que conheço (incluindo eu mesma), não tem noção de quanto custa uma hora de seu trabalho.


Sabemos sim o valor da mensalidade dos cursos regulares, da aulas particulares, dos works, e até dos shows. Só que tudo é muito instável, esses valores na verdade acompanham ou competem no mercado e não traduzem os valores necessários para que nossa hora seja gratificada com o merecimento do esforço.


Li essa semana no blog da Roberta Salgueiro Yalla um post sobre a revolta dos valores, ou melhor a revolta para com as pessoas que não tem noção de valores, e assino embaixo.


Eu fico p. da vida com quem não trabalha com dança, mas cobra para se divertir e repor uma peça do seu guarda roupas. Nunca incentivei alunas a fazerem show de graça (quando não é beneficente), ou cobrar pouco por ser iniciante. Ou ela se mantinha no lugar de aluna e não fazia determinado show ou dava determinada aula, ou fazia isso como uma diversão assumida e sem compromissos coma palavra PROFISSIONAL.


Sei que a tentação é grande, o tempo todo tem gente oferecendo oportunidade para alguém que cobra barato. Mas não dá para ficar de braços cruzados e assistir de camarote a zueira da falta de dinheiro nas cuecas....


A primeira coisa a se mudar é o pensamento da própria bailarina. Depois dá para reeducar os contratantes sobre nossa real necessidade.

Afinal a gente sabe bem quão grande é o investimento em arte, portanto é fundamental saber qual é o resultado final dessa transação monetária.



domingo, 28 de março de 2010

a cegonha vai passar por aqui, só que em um outro momento....


Pensei muito se queria postar sobre o assunto, mas acho que o silêncio não ia fazer bem e quero aprender as dividir dores e não só vitórias.


Na semana do meu aniversário de 30 aninhos recebi a notícia de que o meu pequeno Victor (filhote) iria ganhar um irmãozinho, uma gravidez planejada e muito comemorada.


Bom, quando lemos no exame positivo, é inevitável os sonhos e as perspectivas para o futuro com um novo bebezinho. Começam então os exames, as vitaminas e as restrições, e o plenejamento da vida daqui a nove meses.

Estava dando aula na segunda feira quando senti fortes cólicas e tive um sangramento, fui correndo ao hospital e depois de três horas de espera eu vi que nos olhos do médico, que fez o ultrasom, alguma má notícia seria anunciada.

E não deu outra, eu estaria provavelmente sofrendo um aborto. Não havia batimento cardíaco do pequeno embrião.


Nada pode ser feito no dia e precisei de uma semana em repouso para ver se o organismo resolveria o problema sozinho, se o bebe resitiria ao processo ou se precisaria de internação, mas em meu coração pisciano a esperança era que no final tudo daria certo.


Gente, não tem como não fazer drama, a cada sangramento eu imaginava que meu bebe poderia estar lá e não tinha a menor noção da dor que se sente, é uma cólica desgraçada de ardida, dessas que tiram até os movimentos das pernas.


Bem, na sexta-feira fui internada para uma aspiração no útero, um processo cirúrgico simples, mas que implica no triste veredicto de que minha gestação fora interrompida ao entrar na nona semana.


Daí me deparei com uma situação muito curiosa, a do lado B da história, pois fui internada na Maternidade Pró Matre em São Paulo, onde tudo era um mundo de celebração a vida, ao nascimento dos pequenos bebes e a felicidades das famílias.

Durante um dia inteiro, eu fui o lado que chorou ao ver a felicidade alheia, as barrigas festeiras das grávidas, as flores que enfeitavam o corredor, aos sapatinhos que nomeavam os bebes recém chegados. E dentro de mim, o vazio....

Entendo sobre as leis de Deus, e não vou brigar com ele, mas triste cena essa da minha vida...

Vou esperar a cegonha passar por aqui de novo, na certeza de que a natureza é sábia ...

quarta-feira, 24 de março de 2010

La Mujer y La Danza Oriental....

Em 2002 fiz aulas de dança com a querida Fadua Chuffi, que não se tornou popular entre muitas das estudantes de nosso país porque seguiu carreira na Espanha e sua linha de trabalho se diferenciava, e muito, das tradicionais linhas de educação em dança da época.

Lá, adquiri livros e revistas muito interessantes sobre a dança inserida na cultura dos países árabes. Os livros, escritos por Shokry Mohamed, serviram de consolo em dias que minha vocação e motivação pareciam distantes e durante esses oito anos eu os carrego com carinho.

Na semana passada tive a grande oportunidade de ver três lindas e talentosas bailarinas em performance na Khan el Khalili: Aysha Almee, Nevenka e Mayara.
Já trabalhamos juntas em alguns eventos, mas desta vez eu era toda espectadora, com olhos arregalados e ansiosos.
Elas deram um show de talento e postura artística no pequenino espaço geográfico entre as xícaras de chá e salgados servidos no festival do casa.

Me emocionei muito por razões que só minha história pode explicar, e para elas eu reporto as palavras de Shokry Mohamed no livro La Mujer y La Danza Oriental (Mandala Ediciones):


"La verdadera grandeza de la danza oriental y de las autenténticas bailarinas reside en la expressión de corpo, en su capacidade para estabelecer una comunicación anímica entre su ejecutante y los espectadores. Existe , pues, un elevado espiritual que puede manifestarse a través de esta danza como parte complementaria de la natureza humana, em particular , de la feminina.
Durante la actuacíon de la danzante, se puede exteriorizar cualquier sentimento humano sin gestos o insinuaciones excesivas, siendo lo que edifica la espiritualidad de la danza oriental. Las bailarinas genuinas consiguen la brilhantez sin ensenar todos sus encantos, es decir, cuanto mas real es su estilo, más directamente llegará su arte al espectador , lo que supone crear un ambiente adecuado de entendimento y comunicación. "

Nos videos abaixo: Aysha Almée, Nevenka e Mayara.




segunda-feira, 22 de março de 2010

Bom, bonito e de graça!!!

Gente, não escondo de ninguém minha paixão pelos músicos que vou citar abaixo. Para mim essa formação tem o nome de quarteto fantástico, e só quem assistiu ao vivo e a cores esses músicos iluminado sabe exatamente porque.

Eles vão fazer uma temporada de apresentações geatuitas, vou no dia 28/03, segue a programação:

14/03 - Domingo, as 13h30Praça de Eventos do Sesc Vila Mariana
21/03 - Domingo, as 11h30Centro Cultural Vergueiro, Concertos Matinais
23/03 - Terça, as 15hSesc Ipiranga - Hall de Convivência
28/03 - Domingo, as 13h30Sesc Vila Mariana - Praça de Eventos

Programem-se para assistir um show autêntico de Música Árabe com excelentes músicos: Sami Bordokan (aláude e voz), William Bordokan (derback), Maurício Mouzayek (daff) e Cláudio Kairouz (kanoum)


ENTRADA FRANCA
Aproveitem e levem os amigos