terça-feira, 30 de junho de 2009

Lulu Sabongi -1980?? eu ainda estava pensando em nascer .....



Vou começar a falar de dança, escrevendo sobre quem entende muuuuuiiiiito de dança!!

Quem quiser pode me chamar de puxa saco, mas o que é ser fã, senão expor publicamente nossa admiração aqueles que merecem, não é mesmo?!?!

Este post é uma singela declaração de respeito a uma profissional que me inspira a estudar cada vez mais, minha querida professora Lulu Sabongi.

Apesar de fazer aulas e cursos com ela desde 2002, não sei quase nada de sua vida pessoal e por isso mesmo acho que posso escrever de uma maneira imparcial, com olhar crítico e prossional.

Na verdade esse blog vai ser espaço para muitas manifestações como esta, mas essa semana uma foto da Lulu me chamou atenção, pois abaixo da mesma estava escrito o ano em que foi tirada: 1980, ou seja, no ano em que eu nasci, esta bailarina já estava fazendo história e assim escrevendo parte do meu futuro.

E como não admirar e prestigiar o trabalho de quem não poupa esforços para viabilizar conhecimento e beleza para com nossa arte querida?!?

Outro dia fiquei pensando, existem muitas formas de buscar informações para melhorar técnica, expressão, estilo e referencias, mas todas ficariam muito complexas e caríssimas se não fossem os esforços dos "difusores" em investir, aprender e repassar.

E isso é uma coisa que me encanta nas aulas da Lulu, sempre há uma novidade que me leva a um mundo de descobertas. Seu empenho em aprender constantemente facilita seu sucesso em ensinar e faz com que eu sinta que fontes infinitas de conhecimento serão sempre presente em nossos encontros.

Quando eu comecei a dançar, buscava na Internet textos e fotos que fizessem minha imaginação e paixão florescer, e sempre me deparava com um foto da Lulu ou do Khan, mas minha professora na época me dizia que tudo que vinham dos mesmos era "sinistro", então demorei muitos anos para tomar coragem e ir até o Khan el Khalili, e muitos outros anos para querer conhecer a Lulu.

Até que um dia fui assistir uma aula, e daí a surpresa ao ver aquela bailarina de tantas fotos bem na minha frente e curiosamente "menor" que eu (porque ela é mesmo miudinha). Mais espanto ainda, ao ver a simplicidade com que aquela bailarina fantástica começa suas aulas e se relaciona com suas alunas.

Tudo parecia uma pegadinha do Faustão..rs....
Vou me explicar: até o momento a dança do ventre para mim, dentro ou fora da sala de aula era um mistério rodeado de glamour e glitter, onde a simplicidade não fazia sentido.

Como boa mineirinha, olhei para tudo com desconfiança e cheguei a torcer o nariz para alguns momentos em que ela vinha perto da gente fazer correções e explicar o movimento, pois também nunca tinha vivenciado essa proximidade entre professores tão gabaritados e alunas.

Mas o fato é que ela é assim mesmo, quer a perfeição do que ensina e tem mil maneiras de explicar as coisas, que a diversidade das bailarinas que buscam o aprimoramento com ela é muito grande. E assim suas aulas foram se tornando a fonte de nutrientes necessária para meus estudos.

Muitos falam dela com carinho, mas muitos falam dela de um lugar que não tem pertinência, o de julgar uma pessoa pública de maneira feia e desrespeitosa e fico triste em ver que ainda há espaço para comentários pessoais de tal forma diante de uma personalidade tão importante para a dança do ventre mundial (porque o que essa mulher viaja trabalhando não é brincadeira).
Durante uma de suas aulas, onde haviam mais ou menos 40 bailarinas de todo o país, ela deu uma bronca na galera que ficava fazendo corpo mole e sentava ao invés de fazer exercícios, dizendo que era para todo mundo se colocar num papel real de que a bailarina de dança do ventre fica se gabando sobre seu tempo de dança, 5, 7 anos, e que em horas isso não se equiparava em nada a dedicação de qualquer outro estudante para as outras profissões, pois uma faculdade demanda de mais ou menos 6 horas diárias de aula durante 4 anos para absorver conhecimento e depois disso vinham os cursos e estágios para a colocação no mercado de trabalho.

Assim, muitas estudam uma hora e meia por semana e dizem aos 4 cantos que têm anos incontáveis de dedicação a dança. É ou não é para se pensar ?!!?!?

Sua citação ao mesmo tempo foi tão lógica e real que deixou um monte de gente se sentindo uma formiga, e eu nunca mais me esqueci da comparação. Embora nunca tenha me sentado em suas aulas, também percebi que tinha que me dedicar no mínimo muito mais.
Fica a dica para quem quer fazer bonito: hoje em dia existem uma série de profissionais que querem repassar suas duras horas de aprendizado, e na hora de escolher quem serão suas referências de estudo veja bem quem faz da dança uma "terapia" para si mesmo e quem faz da dança um universo de disseminação de conhecimento, e mais que isso, as estudantes devem saber qual seu objetivo com a dança e assim se aproximar das fontes que vão nutrir suas expectativas e não só aquelas que vão alimentar seus egos, mas esse assunto ainda vai gerar outros posts.......

E para finalizar vou citar que talvez nada do que eu escreva seja suficiente para expressar o tamanho da admiração que sinto por profissionais de tamanha competência, e que só posso agradecer por fazer parte de uma geração de bailarinas que tem muitas fontes para estudar e buscar melhorar a cada dia.

sábado, 27 de junho de 2009

um pouquinho de nostalgia é preciso!

Aluaha. Por Adelita Choffi


Conversa de mãe é uma coisa!!!
A minha, além de mãe, é uma super psicóloga, com carreira e experiência de reconhecimento internacional, e por mais que eu não queira acreditar, as palavras dela sempre fazem sentido!!!

Em meio a muitos estudos sobre comportamento humano, cresci me achando muito bem preparada para enfrentar os desafios da vida, mas a cada dia me deparo com a total falta de bom senso para entender que que nunca vou estar preparada o suficiente. Recentemente ela me disse que as grandes transformações e adaptações levam mais de três meses para serem incorporadas, e é claro que eu achei que comigo seria diferente.

Portanto esse post é um carinho (meio tardio), para as muuuuuitas pessoas que ficaram sem entender nada sobre a nova administração da Aluaha, pois só agora estou conseguindo processar os inúmeros sentimentos que circulam neste ser. Afinal em seis anos a Aluaha teve mais de três mil ex alunas, com um histórico mais que positivo em suas produções e realizações artísticas, e no mínimo uma boa parcela ficou com um ponto de interrogação na cabeça.

Quem acompanhou meu comportamento na Aluaha, como professora e administradora, sabe que eu sempre fui de expressar sentimentos perante as alunas, colegas e parceiros de dança, e confesso que não pude fazer muito barulho ao saber que iria dar outros rumos para minha bailarina. Cheguei até trocar idéias com a Lu, sobre uma mega festa, para celebrar uma nova etapa, mas acho que era pedir demais para um coração que não se desapega facilmente das coisas, e no final male male consegui passar um e-mail para meu mailing.

Bem, como bacharel em publicidade não mereço "perdão" por não saber usar a comunicação a meu favor e assim deixei um bom espaço para deduções e comentários que não são pertinentes ao meu trabalho.

Eu tento ficar bem longe da zona de fofocas e na verdade nem é por isso que estou escrevendo, mas sim para dizer a quem acompanha minha história que a Aluaha não deixou de ser um projeto de sucesso, e muito menos que a Aisha deixou de ser bailarina.

Ao contrário, a realidade é que os projetos novos precisam de tempo e dedicação para serem viabilizados e com administração e aulas o dia todo não dava. Assim, estou tomando fôlego para executar as idéias que julgo serem pertinentes a dança que quero exercer e ensinar.

Há tempos venho argumentando sobre o contexto atual em nosso país, sem generalizar, mas ressaltando que a grande maioria do que vejo em nosso mercado me causa profunda tristeza.
Pois a dança em minha mente é sempre um pensamento glamuroso, com respeito aos que a executam, aos que contratam e aos que a observam.

Como boa pisciana, imagino que quando uma bailarina dança, o mundo para perante os olhos do espectador e ela passar a se movimentar em camera lenta.....com figurino, produção, música e ambiente que possibilitem ao público sair da realidade e entrar na cena.

Vou exemplificar o que estou escrevendo. Numa dessas tantas noites árabes da noite paulistana, estava assistindo a uma cia de danças executar uma coreo com bastão, a idéia delas era inovadora, e me chamou atenção, portanto eu entrei na cena e desliguei o senso crítico sobre o local e bla bla bla .....de repente uma das componentes começa a girar os bastão com o braço esquerdo, e sob uma super luz branca com foco no tal braço, surge um adesivo de estancar sangue indicando que o mesmo havia recebido uma vacina (provavelmente no mesmo dia).... EU JURO!!! ou seja na hora eu saí da cena e caí na realidade de que a bailarina era um ser humano comum.

Bom, diante disso tudo vi que era hora de parar de reclamar e começar então a me mexer para fazer diferente. A Aluaha já era um projeto inovador, mas os tempos mudaram e em minha mente já é preciso alcançar novos patamares. Tudo isso coincidiu com uma mudança na vida pessoal que me levou para perto, porém para fora de São Paulo, e assim o melhor foi deixar que outra pessoa desse continuidade a essa proposta.

Hoje ministro aulas no espaço a convite da Val, e em respeito a pessoas muito queridas que fazem aulas comigo. Assim, não cortei os laços definitivamente (o que me deixariamuito triste) e posso fazer parte do projeto que cresceu com minhas idéias e ações.

Em breve vamos dividir novas emoções, e por hora só posso garantir uma coisa: sou uma mente incansável, penso em dança quase 24 horas por dia e nunca deixei de acreditar no potencial que essa arte tem de emocionar e encantar, portanto o resultado no futuro só pode ser o melhor.

DANÇA CORPOrATIVA





não era para ser aisha belly dance ??



Em meio a tantos belly isso ou belly aquilo, decidi começar um blog com um nome nada usual.


A palavra CORPORATIVO vem de corporação e segundo definição do dicionário:
cor.po.ra.çãosf (fr corporation) 1 Grupo de pessoas submetidas às mesmas regras ou estatutos. 2 Conjunto de indivíduos que administram negócios de interesse público. 3 Associação. 4 Congregação. 5 Econ polít Corpo de ofício. 6 Econ polít Agrupamento hierárquico e nacional dos patrões e operários de um corpo de ofício (A. Cuvillier).


Para uma pessoa apaixonada por movimento, a palavra corpo é no mínimo parte do vocabulário cotidiano e representa o nosso instrumento de viabilização do movimento, independente do tipo de dança executada. Unindo esse conceito de corpo ativo à definição de grupo de pessoas submetidas a regras ou estatutos, nasceu a idéia de escrever um blog que aborde tanto os anseios da bailarina, quanto a real situação das instituições responsáveis por ensinar as técnicas de dança e os "novos" negócios que insistem em transformar nossa arte em um mercado enlouquecido de egos.

Demorei muito para criar um blog, não porque não tinha o que dizer, mas uma porque tinha uma visão ultrapassada de que a dança mesmo era absorvida em sala de aula. Foi só trocando muitas figurinhas com minha grande amiga e bailarina, Luanna Mello, que aprendi que a dança não está mais centralizada num único espaço físico, e mais que isso, hoje ela é parte de uma linguagem sistemica, integrada com várias áreas.

Bom, no momento sou uma grande apreciadora de muitos blogs de dança do ventre e acho que há uma porção de gente mais do que competente falando sobre nossa categoria, mas quase não vejo ninguém falar de um assunto que eu vou adorar compartilhar com as amantes da dança: como administrar um negócio que na verdade é nossa paixão.

Por hora vou ressaltar que fui proprietária do Stúdio Aluaha por seis anos, um projeto criado por mim que teve início em 2001, foi concretizado em 2003 e em abril de 2009 passou para uma nova direção.

Nestes anos, aprendi na raça a diferença entre amar a arte (perfil amador) e viabilizar a arte (perfil profissional), e garanto que tenho boas figurinhas para trocar, pois venho de uma época em que ter uma franquia de escola de dança era vendida como um próspero e lucrativo negócio, ou seja, admito que acreditei nisso como verdade universal e a cada dia fui aprendendo a extrair de um negócio dos sonhos, sua parcela de realidade.

Fica aqui um convite para as pessoas interessadas em explorar mais um espaço em nosso tão amável terreno de dança, e será um prazer conhecer mais experiências de um lugar novo para mim, o universo virtual.

Sejam todos muito bem vindos ....